Espadas e metralhadoras a postos!
No dia seguinte ao pe na bunda comecou a batalha e, acreditem, eu tinha um numeroso exercito a meu favor! Os meus novos amigos procuraram a melhor arma que tinham e resolveram entrar na luta: alguns contactaram conhecidos que talvez pudessem ajudar (nessas horas todo mundo conhece alguem, que conhece alguem, que conhece alguem…), outros pediram a Alla que me ajudasse e outros ate se ofereceram a ir pra India comigo pra que eu pudesse tirar um novo visto. Fiquei feliz em saber que, dessa vez, eu tinha nao so meus amigos e familiares no Brasil torcendo por mim, mas tambem pessoas em Bangladesh e na India!
Os oito dias seguintes foram estressantes: noites mal dormidas; passagem de onibus pra India comprada, em aberto, para ser utilizada a qualquer momento; mala mais ou menos organizada pra uma viagem repentina; horas de esperam no “Passaport and Imigration Office”, dezenas de ligacoes, reunioes com pessoas com certo grau de influencia… Eh impossivel descrever com palavras exatamente o que passei: talvez uma mistura de angustia, ansiedade e preocupacao; talvez uma mistura de inconformidade e frustracao; talvez excesso de esperanca e coragem; mas, com certeza, uma aula pratica de Relacoes Internacionais, politicagem, perseveranca e amizade.
Acreditem se quiserem, mas o cunhado da Ananya – quem, em grande parte, esquematizou pra que eu ficasse na casa dela e, tambem, alguem que tem me ajudado muito por aqui – estava com o filho de 11 meses doente, no hospital, e tambem trocando de emprego, cansado, com mil preocupacoes, sem dormir de noite mas, mesmo assim, tomou a minha causa como sua, entrou em contato com alguns conhecidos seus que trabalham no local de tirar o visto, me levou pra algumas tentativas – frustradas, porem importantissimas – mas, principalmente, tentou me manter tranquila e esperancosa.
O que deu certo foi o contato de uma das funcionarias do Grameen Bank – a hiperativa que nao para de falar, de quem ja falei numa outra postagem. A irma dela trabalha no Health Ministry e tem contatos no Home Ministry. Ela agendou uma entrevista com a 4a pessoa na hierarquia deste ministerio. Este senhor foi muito simpatico, mas eu estava nervosa como se fosse a minha primeira entrevista de estagio/emprego. Ele prometeu mandar-me uma carta na semana seguinte, com a qual eu deveria voltar ao “Passaport Office” e pedir novamente extensao do visto. No entanto, meu visto expirava no Sabado e eu nao poderia ficar eternamente esperando a burocracia e boa vontade do governo, ja que eu nao tinha nenhum recibo, alem de que nao acreditar mais em ninguem! Nisso eu tive uma certa discussao com a senhora hiperativa, pois, pra ela, eu deveria esperar eternamente a carta. Falei que caso a carta nao ficasse pronta ate Quinta (ultimo dia util do meu visto ainda valido), eu iria pra India na Sexta. Ela, entao, pediu que sua irma fosse pessoalmente no Home Ministry “apressar” as autoridades. Foi um processo estressante, paralelo ao qual eu administrava outras tentativas. Felizmente, na Quinta, uma hora e meia antes do fim do expediente, a minha carta estava pronta! Fui buscar e, de la, direto para o “Passaport Office”, ja com um contato la dentro. Esse contato me disse que o processo de pagamento ja estava encerrado e so seria possivel tirar o visto no Domingo (primeiro dia util da semana), mas que eu ficasse tranquila pois em meia hora, de manha, eu sairia de la com meu visto. Agora eu teria um fim de semana nao muito tranquilo, entre o meu problema do visto e as visitas ao bebe da familia que estava no hospital, mas pelo menos nao precisava sair do pais as pressas, pois tinha uma carta official do governo.
Os oito dias seguintes foram estressantes: noites mal dormidas; passagem de onibus pra India comprada, em aberto, para ser utilizada a qualquer momento; mala mais ou menos organizada pra uma viagem repentina; horas de esperam no “Passaport and Imigration Office”, dezenas de ligacoes, reunioes com pessoas com certo grau de influencia… Eh impossivel descrever com palavras exatamente o que passei: talvez uma mistura de angustia, ansiedade e preocupacao; talvez uma mistura de inconformidade e frustracao; talvez excesso de esperanca e coragem; mas, com certeza, uma aula pratica de Relacoes Internacionais, politicagem, perseveranca e amizade.
Acreditem se quiserem, mas o cunhado da Ananya – quem, em grande parte, esquematizou pra que eu ficasse na casa dela e, tambem, alguem que tem me ajudado muito por aqui – estava com o filho de 11 meses doente, no hospital, e tambem trocando de emprego, cansado, com mil preocupacoes, sem dormir de noite mas, mesmo assim, tomou a minha causa como sua, entrou em contato com alguns conhecidos seus que trabalham no local de tirar o visto, me levou pra algumas tentativas – frustradas, porem importantissimas – mas, principalmente, tentou me manter tranquila e esperancosa.
O que deu certo foi o contato de uma das funcionarias do Grameen Bank – a hiperativa que nao para de falar, de quem ja falei numa outra postagem. A irma dela trabalha no Health Ministry e tem contatos no Home Ministry. Ela agendou uma entrevista com a 4a pessoa na hierarquia deste ministerio. Este senhor foi muito simpatico, mas eu estava nervosa como se fosse a minha primeira entrevista de estagio/emprego. Ele prometeu mandar-me uma carta na semana seguinte, com a qual eu deveria voltar ao “Passaport Office” e pedir novamente extensao do visto. No entanto, meu visto expirava no Sabado e eu nao poderia ficar eternamente esperando a burocracia e boa vontade do governo, ja que eu nao tinha nenhum recibo, alem de que nao acreditar mais em ninguem! Nisso eu tive uma certa discussao com a senhora hiperativa, pois, pra ela, eu deveria esperar eternamente a carta. Falei que caso a carta nao ficasse pronta ate Quinta (ultimo dia util do meu visto ainda valido), eu iria pra India na Sexta. Ela, entao, pediu que sua irma fosse pessoalmente no Home Ministry “apressar” as autoridades. Foi um processo estressante, paralelo ao qual eu administrava outras tentativas. Felizmente, na Quinta, uma hora e meia antes do fim do expediente, a minha carta estava pronta! Fui buscar e, de la, direto para o “Passaport Office”, ja com um contato la dentro. Esse contato me disse que o processo de pagamento ja estava encerrado e so seria possivel tirar o visto no Domingo (primeiro dia util da semana), mas que eu ficasse tranquila pois em meia hora, de manha, eu sairia de la com meu visto. Agora eu teria um fim de semana nao muito tranquilo, entre o meu problema do visto e as visitas ao bebe da familia que estava no hospital, mas pelo menos nao precisava sair do pais as pressas, pois tinha uma carta official do governo.
No Domingo de manha, la estava eu novamente. Paguei e, com certeza, deixei varios funcionarios infelizes ao verem que eu tinha a tal carta e, portanto, nao iria lhes pagar “black money”. Mandaram-me voltar de tarde. Fiquei irritadissima, mas o que podia fazer? Mais algumas horas de angustia e espera nao me matariam depois de tudo o que ja tinha passado. De tarde, eles me mandaram esperar uma hora pelo visto, mas eu e meu coordenador entramos sem ser convidados na sala do tal senhor que tinha me recebido no dia em que consegui a carta. Ele pediu que sentassemos ali mesmo e ordenou algo em bangla. Em 15 minutos meu visto estava pronto e este senhor gritou com uma funcionaria algo que depois meu coordenador traduziu pra mim: “Esta garota eh uma estudante que veio para o nosso pais, pediu extensao do visto pra poder completar os estudos e voces nao deram!!!!! Ela eh uma boa garota e so quer aprender mais!!!!”
***Na primeira foto com Shajib e Nowrin - cunhado (que ajudou com o visto) e irma da Ananya; na segunda com Shajal, irmao mais novo do Shajib; na terceira Sawfan, o bebe super fofo que estava doente; na quarta com a Upama, prima de Shajal e Shajib.
8 Comments:
Até eu fiquei nervosa com os seus relatos....quando terminei de ler, respirei fundo!!!
Mas, que bom que deu tudo certo e esta batalha foi vencida.
Agora, poderá programar melhor sua estadia e curtir mais os momentos.
Beijos
Boa Sorte!!!
Érica
Nossa Leca, que narrativa...tô exausta só de ler...enfim tudo deu certo, que bom!! Agora total tranquilidade para continuar o estágio e aproveitar melhor todos os momentos.Que Deus te abençoe valente sobrinha!Diga a todos os que participaram da batalha que mandei um gde abraço com meus sinceros agradecimentos.TIM Bjinho
Amiga, finalmente hein? contei a história do visto prum monte de gente aqui e todo mundo tava revoltado, dizendo q era azar o deles se não renovassem, mas q era sacanagem com você tb...
ainda bem q deu certo!
não deixe de contar aqui como estão indo as coisas, inclusive se o bebê melhorou, ok?
bj
Querida Letícia,
Que alívio saber que tudo deu certo.
De "cocô do cavalo do bandido" você passou a ser "a última coca cola gelada do deserto".
Parabens, vá em frente, continuo torcendo por você.
Beijos,
Tia Márcia
eba!!! :) boa sorte Leca! eu tava tocendo por você! (ainda estou!)
muitos beijos
Querida Leca
Graças a Deus, agora estamos em paz.Gostei de ver como vc já está cercada de amigos prontos para ajudá-la no que precisar.
Já comprei a encomenda que vc me pediu e estou esperando os nomes e e o endereço que vc ficou de me mandar.Não demore, pois já indaguei e não tem SEDEX aí.Beijos com muitas saudades da vovó Marina e do vovô Estevão
LEEEEECA,
Não dou conta de ler e não mandar um recadinho..hj deixei lá na mamãe um papel de carta com florzinha prá ela mandar junto com a roupimha FOFFÌIIISSSIMA do nenem.Deixei tb um cartão prá vc dar prá alguém(da sua família aí,eu acho), se vc achar legal. No mais tamos aqui e "o pensamento só em vc,êêê".Te adoro fofinha!!!!
lelê... te admiro de mais! e tenho um pouquinho de inveja, porque confesso, nãon sei se teria coragem de passar por tudo isso que estas passando...é a diferença entre uma alma pequenininha e a sua.... ahhh menina corajosa!!!!
te amo... da sua irmãzinha mineira em sampa!
Sarah
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