A motocicleta e a vaca
Em uma das viagens com o Grameen Bank, pra um distrito chamado Tangail, tive a minha segunda experiencia com motocicletas aqui em Bangladesh. Estavamos, Samah – norte-americana, filha de pais Bengalis, mas que nao fala Bangla -, Rony – o mesmo interprete sobre quem escrevi na viagem de Dinajpur – e eu, em uma das agencias do Banco, acompanhando as atividades quando, de repente, alguem disse que para atingir o nosso proximo destino a tempo, deveriamos usar motocicletas. “Mas temos apenas 2 motocicletas para cinco pessoas” – disse o gerente. Entao Rony perguntou a Samah e eu se nos importariamos de ir, as duas e o gerente, em uma unica motocicleta. “Contanto que possamos sentar como os homens, por mim tudo bem!” – respondi em espirito de aventura, contando a Samah o que tinha acontecido a Amy e eu em Dinajpur. E mais uma vez o vento da zona rural de Bangladesh batia no meu rosto, meus oculos ganhavam novos arranhoes por conta da poeira, eu respirava fundo e apreciava a paisagem pra esquecer que estava na estrada, numa moto!
Nesta viagem, enquanto estavamos na varanda da casa de uma das clientes do banco, conversando com ela, escutamos um barulho estranho. Rapidamente olhei pra tras e meus olhos se arregalaram com a imagem que viram: a menos de cinco metros de distancia, uma vaca, completamente descontrolada, louca, brava, praticamente espumando pela boca, olhava na minha direcao -talvez porque eu estivesse vestindo vermelho - enquanto batia as patas no chao e, com movimentos bruscos, tentava livrar-se da corda que a amarrava a um pedaco de pau fincado no chao. Esse foi, sem duvida nenhuma, o momento em que senti mais medo em toda a viagem! Como o animal nao parava, um senhor veio “acudir”: enquanto Samah e eu olhavamos desesperadas para o Rony e a moca com quem conversavamos dava altas gargalhadas, ele soltou o no e segurou firme na corda. A vaca saiu pulando, parecendo o Boi Bandido da novella das oito. Tambem pulava o meu coracao, que agora so de ver uma vaca na rua ja acelera, indicando pra que eu atravesse e continue o meu percurso do outro lado.
OBS: Na segunda foto, o lugar em que tomamos nosso cha, pela manha.